O município de Paraty é uma das pérolas para se conhecer na área da Costa Verde. O próprio nome já indica a riqueza da flora da região com um extenso trecho de Mata Atlântica bem preservada. Temos dois meios para chegar em Paraty: pela BR-101 ou pela estrada Paraty-Cunha, e durante os dois trajetos podemos aproveitar uma vista maravilhosa além de ar puro!
Aqui falaremos um pouco sobre as curiosidades para você escolher Paraty como seu próximo destino! Se depois de tudo isso pintar dúvidas sobre como montar seu roteiro, você pode conferir nosso post os Passeios de Paraty que não podem ficar de fora da sua viagem.
No começo de tudo…
Muito antes da chegada dos portugueses e o começo da colonização na cidade de Paraty, já habitavam na região uma tribo chamada Guaianá. Vários estudiosos até hoje tentam desvendar os mistérios dos guaianazes que foram extintos sem deixar muitos vestígios orais ou escritos. No brasão bandeira de Paraty, temos um quadrado verde que simboliza a presença dessa tribo e a contribuição dela na história da cidade. Infelizmente, o que temos sobre essa tribo é a visão de viajantes que os comparava com outras tribos da região, como os Tamoios.
No século XVI, temos a presença dos portugueses na região. É interessante perceber que Paraty acompanhou todos os ciclos econômicos da história do Brasil. Primeiro temos o ciclo do açúcar e muitos dizem que esse nunca acabou pois a produção de cachaça é tão conhecida que leva prêmios internacionais todo ano!
Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, os portugueses irão ligar a vila de Paraty até Ouro Preto através de uma Estrada Real. Todo o ouro e pedras preciosas serão escoadas pelo porto de Paraty até o Rio de Janeiro, posteriormente a capital do Brasil recebe a sua própria estrada real chamada de Caminho Novo.
Quando o ouro deixa de ser o protagonista na economia devido sua escassez, outro produto surge: o café. O porto de Paraty novamente será usado para escoar o café que vinha do interior de São Paulo e do Rio de Janeiro de trem. É interessante notar que só após do ciclo do café que a cidade tem suas construções mais imponentes, como a Igreja Nossa Senhora dos Remédios e casarões de dois andares!
Na década de 1920, temos um episódio que abala não só o Brasil como o mundo também: a crise de 1929. A partir desse momento e a necessidade de industrializar o país, Paraty se vê no seu maior declínio econômico. A cidade realmente para no tempo – daí um centro tão preservado. Somente após a construção do trecho Rio-Santos da BR-101 temos maior facilidade para chegar em Paraty e redescobrimos as riquezas da região.
Dizem que agora vivemos o ciclo do Turismo de Paraty. E a cidade une tudo que procuramos em um destino perfeito: cachoeiras, praias, história, cultura, gastronomia. Os moradores também dizem que se na sua primeira visita você pular as correntes que delimitam o centro histórico, seu coração estará preso em Paraty pra sempre. E isso aconteceu comigo porque é impossível visitar só uma vez!
Atualmente, de acordo com o senso de 2014 do IBGE, a cidade de Paraty tem mais de 50 mil habitantes. Em 2019, foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, juntamente com Ilha Grande. Esse título não só declara a importância do âmbito cultural mas também do natural devido a reserva ambiental da Serra da Bocaina.
Paraty também é conhecida por ser a “cidade dos festivais”. São inúmeras opções, desde festivais religiosos, como a Festa do Divino, ao tradicional Festival da Cachaça, da Feira Internacional Literária até o Festival de Ceramistas. Todo fim de semana, a cidade se mobiliza para receber um festival diferente e conta com um calendário anual com as datas já pré-definidas. Para saber mais, é só acessar esse site aqui. Os meus preferidos são: Páscoa, festival de jazz chamado Bourbon e FLIP.
Paraty não é só o Centro Histórico!
Não limite sua visita a Paraty somente ao Centro Histórico. Eu sei que é difícil de competir com as ruas de pedra, as casas coloridas e a vista da baía, porém temos outras opções para você ter a melhor experiência!
Vila de Trindade: De Paraty para Trindade é uma viagem de 40 minutos a 1 hora, dependendo da temporada. A vila de Trindade durante muito tempo era conhecida por ser uma vila de pescadores e de caiçaras, nativos da região. Na década de 1970 foi descoberta por vários hippies e atualmente conta com várias lojas de souvenires e restaurantes com deliciosas comidas típicas da região (muito pescado, banana da terra…). Muitos turistas, durante a alta temporada, preferem fugir do centro histórico de Paraty e alugam quartos em pousadas, hostels ou Airbnb em Trindade. A vida noturna de Trindade está ficando cada vez mais animada, então durante sua visita se informe pra saber se não está rolando algum festival por lá!
Além disso, Trindade conta com belíssimas praias. Para saber mais, acesse no post sobre as Praias de Paraty com as melhores dicas para planejar sua visita.
Ilha do Araújo: Esta ilha está 10 minutos do centro histórico de Paraty. Vários barqueiros locais fazem o serviço do porto até a Ilha do Araújo e é um passeio bem diferente. Assim como a Vila de Trindade, a Ilha do Araújo era conhecida por ser uma vila de pescadores, mas atualmente tem chamado atenção para os que gostam de um turismo de experiência. Lá é possível entender melhor como vivem os caiçaras, almoçar uma típica comida paratiense e visitar a Igreja de São Pedro e São Paulo.
Uma dica! Caso você esteja visitando Paraty em julho, não deixe de conferir a festa de São Pedro e São Paulo. Todo ano ocorre uma procissão muito linda que levam as imagens dos santos da Igreja Nossa Senhora dos Remédios até a Ilha. A travessia é feita por barquinhos e é muito lindo!
Praias do Pontal e Jabaquara: São praias que estão localizadas na baía de Paraty. Muitos dizem que não são próprias para banho por estarem próximas ao centro, porém a dica aqui é gastronômica. Nessas praias que estão 10 e 25 minutos do centro histórico, você vai encontrar vários quiosques, bares e restaurantes com ótimas opções para almoço, drinks e lanche. É uma ótima pedida para ver o pôr do sol, ou relaxar a noite (indico mais a praia do Jabaquara). Durante feriados e festivais, é bem comum ter show e eventos na praia do Pontal.
Uma Paraty que nem todos conhecem…
Além de ser uma cidade que traz muita cultura e história, temos uma Paraty que nem todos conhecem: uma Paraty de resistência. Caso esteja visitando a Praia de Paraty-mirim ou esteja procurando um restaurante para o almoço, temos duas opções maravilhosas!
Reserva indígena de Paraty-mirim: Bem próximo a praia de Paraty-mirim, temos um assentamento indígena da tribo Guarani. Essa reserva já é reconhecida pela Fundação Nacional do Índio e moram cerca de 36 famílias que vivem do artesanato e agricultura. É bem comum, durante sua caminhada pelo centro histórico, vermos o artesanato típico guarani: os cestos coloridos. Para visitar a aldeia, basta ligar a agendar. Será uma experiência inesquecível.
Quilombo Campinho da Independência: Em direção a Ubatuba pela Rio-Santos, temos o Quilombo do Campinho. O restaurante do Quilombo já ganhou vários prêmios e é uma ótima pedida para conhecer mais sobre a gastronomia local (destaque para o Peixe à moda quilombola!). Porém, Quilombo do Campinho é muito mais do que um simples restaurante, os moradores oferecem um tour contando todas as curiosidades e histórias do local. Assim como o assentamento indígena de Paraty-mirim, temos famílias morando no Quilombo do Campinho. Dizem que 3 escravas herdaram o lugar após a abolição da escravidão e assim começa a história do lugar. É um passeio pra ficar pra sempre na memória.
Uma dica! Caso você esteja visitando Paraty em novembro, o Quilombo do Campinho conta com uma programação incrível no feriado da Consciência Negra. Informe-se!
Sem dúvidas, Paraty é um tipo de destino que tem diversas opções para se conhecer e desbravar. Sempre indicamos que você faça o nosso Paraty Free Walking Tour no primeiro dia para saber toda a história da região e dicas dos melhores passeios!