O Leblon
Imortalizado como cenário de várias novelas , o Leblon é conhecido pela beleza natural da sua praia, ruas tranquilas e gastronomia. O endereço é o preferido de muitas celebridades. Hoje o Leblon é a área mais exclusivas do Rio de Janeiro e o metro quadrado mais caro do Brasil!
O Leblon ganhou o seu nome após o francês Charles Leblon comprar a antiga fazenda que existia na região. Desde então, a história do bairro passou por vários capítulos interessantes.
O bairro já foi uma isolada aldeia de pescadores, abrigou quilombos de resistência à escravidão e protagonizou campeonatos automobilísticos. Hoje o Leblon é um dos bairros mais desejados da cidade maravilhosa! Descubra todas as dicas e curiosidades sobre o bairro mais nobre do Rio de Janeiro!
O que fazer no Leblon
Veja algumas opções gratuitas para aproveitar o melhor do Leblon:
Praia do Leblon
A vista maravilhosa da praia do Leblon é um dos maiores atrativos do bairro! Da orla também é possível apreciar o Morro Dois Irmãos! A praia do Leblon conta com dois postos: 11 e 12.
Os Postos são muito úteis para os cariocas como forma de se localizar nas praias. A cada 1 km, temos um posto. Todo posto tem banheiros, chuveiros e atendimento médico.
Cada posto é conhecido por atrair um público diferente! Postos 11 e 12 são considerados mais exclusivos. Esses são os postos preferidos das celebridades! Os postos 11 e 12 também são muito frequentados por famílias.
ÁREA PARA CRIANÇAS
Próximo ao posto 12 temos o Baixo Bebê. Esse espaço é destinado às crianças, oferecendo uma área com brinquedos e atividades para os pequenos!
CAIPIRINHA NA PRAIA!
A praia também conta com vários quiosques. Uma das caipirinhas mais famosas da praia do Leblon é a do Quiosque do Português! O quiosque 5 fica na calçada em frente ao Hotel Marina na Av. Delfim Moreira.
Mirante do Leblon
Ao final da praia tem um mirante feito de madeira! De lá temos uma vista privilegiada das praias do Leblon, Ipanema e São Conrado! A entrada é gratuita! O mirante é um dos melhores pontos para tirar fotos, tomar água de coco e apreciar as belezas do Rio!
Veja mais dicas sobre o Mirante do Leblon!
Parque Penhasco Dois Irmãos
O Parque Penhasco Dois Irmãos tem uma das melhores vistas da zona sul! O parque tem 4 mirantes ao longo de uma ladeira. Dos mirantes é possível ver a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Jardim Botânico e o Corcovado.
Além dos mirantes, o parque também tem bebedouros, banheiros, quadras de esportes, áreas para piqueniques e esculturas de Oscar Niemeyer. O percurso pode ser feito a pé ou de carro.
O Parque tem entrada gratuita e estacionamento.
Endereço: Rua Aperana, – Leblon.
Horário:Terça a domingo, das 8h às 17h.
Veja mais informações sobre o Parque Penhasco Dois Irmãos.
Jobi
Um verdadeiro ícone na vida boêmia do Leblon! Fundado há mais de 50 anos, Jobi é uma excelente opção para depois da praia ou no fim da noite! O bar é famoso pelos petiscos típicos dos melhores bares cariocas e pelo chopp gelado! Jobi também tem opções de pratos mais tradicionais como bacalhau à Gomes de Sá e carne seca com farofa.
Endereço: Av. Ataulfo de Paiva, 1166 B – Leblon
Confira nossa lista completa dos Melhores Bares do Leblon
Quilombos
No final do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro tinha vários quilombos espalhados por bairros como Vila Isabel, Engenho Novo, Penha, Laranjeiras e Santa Teresa, inclusive nas matas do Morro do Corcovado.
Quilombo era o nome dado às comunidades formadas pelos negros fugidos da escravidão. As comunidades quilombolas se tornaram uma das formas de resistência ao regime escravocrata. Os quilombos surgiram primeiramente na região Nordeste do país, no início do Ciclo do Açúcar, por volta do século XVI.
Sem dúvida, um dos quilombos mais interessantes foi o do Leblon, também conhecido como “Quilombo do Seixas”. Nascido em Portugal em 1830, José de Magalhães Seixas veio para o Brasil aos quatorze anos de idade. Por muitos anos, Seixas trabalhou com o comércio de malas e outros artigos de couro em sua loja no Centro do Rio.
O empreendimento era bem avançado para a época, utilizando máquinas na confecção. Seus produtos fizeram bastante sucesso na Europa. Assim, Seixas juntou capital suficiente para comprar a enorme chácara na Zona Sul da cidade. Nas terras, construiu uma casa onde hoje está localizado o Clube Federal, na encosta do Morro Dois Irmãos. A área hoje é conhecida como Alto Leblon
Conhecida como Chácara das Camélias, a propriedade foi a maior que existiu no bairro do Leblon no século XIX. Na chácara, além da fábrica a vapor, também eram cultivadas camélias, flores que foram adotadas como símbolo do movimento abolicionista.
Era comum os membros do movimento usarem uma camélia na capela como forma de indicarem de qual lado estavam. A simbologia se deve ao fato que os antiescravagistas acreditavam que o fim da escravidão era uma prova de civilidade. As camélias eram flores sofisticadas, de difícil cultivo e, portanto, relacionadas ao progresso. As flores foram introduzidas no Brasil no século 19.
Resistência e Abolição
Figura curiosa, Seixas era um imigrante burguês industrial e comerciante bem sucedido, que ao mesmo tempo era ativo no maior movimento social do Brasil, dando apoio aos grupos abolicionistas do Rio. Tinha também a proteção da própria Princesa Isabel, que também frequentava o Quilombo na Chácara. A Princesa regularmente comprava dele as camélias que ornamentavam sua mesa de trabalho em sua residência no Palácio das Laranjeiras, hoje atual sede do governo do Estado.
Nos fundos da Chácara das Camélias, havia uma caverna onde Seixas abrigava dezenas de negros fugidos. A entrada da caverna era escondida por um portão coberto de Coroas de Cristo. O disfarce protegeu o quilombo de várias revistas policiais! Além de abrigo, o quilombo também servia como palco de reuniões que discutiam ações para o fim da escravidão no Brasil. Figuras importantes do movimento, tais como André Rebouças, Joaquim Nabuco e Rui Barbosa, frequentavam o reduto que também era usado para manifestações da cultura negra.
Quando a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, foi assinada em 13 de maio de 1888, os negros que viviam no quilombo saíram da caverna e seguiram em procissão a pé até o Paço Imperial, no Centro da cidade. Levaram com eles dezenas de camélias cultivadas na chácara para entregar à Princesa Isabel. O Quilombo do Leblon era visto como um marco da civilização e da modernidade. Hoje pode ser considerado talvez o ponto mais alto na história do bairro.
A Criação do Bairro
O loteamento do Leblon teve início no século XX. Até o começo do século, a área do Leblon era vista como uma extensão da Gávea, sendo considerada uma área pobre. Sem iluminação elétrica (que só chegava a Ipanema), na região moravam apenas pescadores e alguns proprietários com pequenos plantios.
Somente nas primeiras décadas do século XX que o poder público volta sua atenção para a região. Com investimentos ligados à construção civil, à prestação de serviços públicos, tais como transportes, fornecimento de água e luz, a região passa por grandes transformações urbanísticas em diferentes períodos, sob diferentes governos. Essas mudanças, além dos atrativos naturais, mais tarde, viriam a tornar o bairro mais atrativo às classes mais abastadas.
O processo de loteamento e urbanização do Leblon só teve início em 1901, sendo comandado principalmente pela família Ludolf. A família era proprietária da maior parte dos terrenos e também tinha participação na Companhia Industrial da Gávea.
Já em 1914, foi dada autorização do governo para que a Companhia Jardim Botânico estendesse suas linhas de bondes da Gávea e de Ipanema até o Leblon. A companhia abriu vários logradouros no bairro, incluindo suas principais avenidas. Isso gerou um grande atrativo para o empreendimento na região. Em 1919, a Companhia Construtora de Ipanema vendia terrenos “a dinheiro e a prestação” nos dois bairros. A planta do loteamento registrada na Prefeitura mostrava o nome das ruas e sua localização.
VISITA ILUSTRE NA AVENIDA NIEMEYER
Foi nesse período que o Leblon recebeu duas das suas vias mais icônicas. Em 1919 a Companhia de Melhoramentos do Rio de Janeiro concluiu a construção da Avenida Niemeyer. A via recebeu esse nome como homenagem ao Comendador Jacob Niemeyer, que doou essas terras à prefeitura.
Uma curiosidade é que a avenida foi alargada e macadamizada um ano depois para a visita do Rei Alberto da Bélgica. Para a ocasião, também foi construída a Avenida Delfim Moreira, ao final da Avenida Vieira Souto fazendo a conexão até o início da Avenida Niemeyer.
O nome foi uma homenagem ao presidente mineiro que veio a assumir o cargo em 1918 após a morte do presidente eleito, Rodrigues Alves. Assim, finalmente o Leblon tinha duas grandes avenidas modernas, pavimentadas e iluminadas, dando continuidade ao processo de expansão da cidade para a Zona Sul.
JARDIM DE ALAH
Durante a administração do Prefeito Carlos Sampaio, entre 1920 e 1922, iniciaram-se as obras de saneamento e embelezamento da Lagoa Rodrigo de Freitas. Com isso, foi iniciada também a construção do Canal da Barra, hoje conhecido como Jardim de Alah, fazendo o arruamento até a Rua Dias Ferreira e Delfim Moreira e suas transversais. O próximo governador, Alaor Prata, deu continuidade às obras, estendendo o projeto de arruamento e urbanização do Leblon.
Junto a essas iniciativas de infraestrutura, houve também forte divulgação, feita pelas construtoras e empresas loteadoras. Os anúncios ressaltavam os benefícios de banhos de mar para a saúde. Assim, foi despertado o interesse das classes mais altas e turistas estrangeiros para os atrativos naturais das praias da Zona Sul do Rio.
Na década seguinte, em 1930, o importante urbanista francês Alfred Agache, responsável pelo Plano de Remodelação e Embelezamento da Cidade, projeto do prefeito Prado Júnior, já considerava o Leblon como um bairro nobre, de residência burguesa e abastada.
CIRCUITO DE CORRIDAS
Foi também durante os anos 30 que o bairro entrou para o circuito de eventos automobilísticos da cidade do Rio! A primeira competição do Circuito de Corridas da Gávea no Leblon foi disputada em 1933 no I Grande Prêmio da Cidade.
Os competidores desciam a Visconde de Albuquerque e passavam pela Avenida Niemeyer, retornando pela estrada da Gávea. Os eventos automobilísticos foram muito populares na cidade e atraiam muitos participantes, nacionais e estrangeiros! A última competição aconteceu em 1954.
VALORIZAÇÃO DO LEBLON
Na segunda metade do século XX a valorização da área levou à especulação imobiliária. Nesse período, muitos casarões tradicionais foram derrubados para a construção de prédios luxuosos. Nesse contexto, tornou-se imperativa a remoção de ocupações mais populares que destoavam das aspirações imobiliárias do bairro.
Ao longo dos anos, um conjunto de favelas foi se formando ao entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. O desenvolvimento da Zona Sul da cidade aumentou a oferta de empregos na área de serviços e construção civil. Isso atraiu moradores das classes mais desfavorecidas para a região, sendo muitos deles imigrantes nordestinos.
O interesse do mercado imobiliário criou também grande pressão que resultou em políticas higienistas. Tais políticas buscavam remover favelas da Zona Sul e do Centro da cidade, levando seus moradores para conjuntos habitacionais precários e distantes. Esses projetos tiveram o seu período mais radical durante os governos de Carlos Lacerda e Negrão de Lima, nas décadas de 50 e 60 respectivamente, sendo intensificados durante o regime militar.
REMOÇÃO DAS FAVELAS
Em 1968, foi criada a Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana (CHISAM), responsável por tais projetos. Logo após, membros da Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara, com cerca de 100 favelas associadas, enviou documento ao Congresso rejeitando os projetos de remoção da CHISAM.
A Federação mobilizou-se contra a remoção da favela Ilha das Dragas, no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Em seguida, seus líderes foram presos pela polícia e ameaçados de severas consequências caso houvesse nova tentativa de oposição. Assim, a Federação encerrou a resistência organizada e os moradores acabaram aceitando a remoção.
FAVELA PRAIA DO PINTO
O maior exemplo da brutalidade das políticas higienistas, foi a maior favela da região: a favela Praia do Pinto. Formada no Leblon por volta dos anos 30, no início da construção do canal do Jardim de Alah, a comunidade teve um fim trágico.
Em 1969, a Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana (CHISAM), em documento oficial, declara que a favela “deverá ser totalmente erradicada” por destoar das outras construções do bairro. Porém, de forma orgânica e pacífica, os moradores da favela se recusaram a sair.
Na noite de 11 de maio de 1969, um incêndio se alastrou pela favela. Apesar de moradores e vizinhos chamarem os bombeiros, estes nunca apareceram. Pela manhã, quase tudo havia sido destruído, facilitando o processo de remoção das famílias. No local, foram construídos prédios de apartamentos financiado pelos militares.
PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO
A maior parte dos prédios que vemos hoje no bairro foi construída entre as décadas de 1940 e 1960. O prédios têm em média 6 andares, em diferentes estilos arquitetônicos, tais como Art Déco, Protomodernista e Moderno. Com o intenso processo de verticalização pelo qual os bairros da Zona Sul passaram no século XX, restam ainda poucas casas em estilo Neocolonial.
Desde a década de 1990, o Leblon, bem como outros bairros da Zona Sul, tornou-se Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC). Dessa forma, a prefeitura do Rio de Janeiro estipula políticas públicas que visam proteger o conjunto arquitetônico do bairro, suas características culturais e o bem-estar da população. Dentre essas medidas, vale destacar o limite imposto em novas construções. As medidas proibem prédios muitos altos, que descaracterizem a identidade do bairro e aumentem a densidade habitacional.
PRIMEIRAS OCUPAÇÕES
Há registros que a restinga onde hoje está localizado o bairro do Leblon já foi ocupada por grupos indígenas muito antes da chegada dos colonizadores portugueses. Alguns assentamentos já existiam no século VI!
Os franceses já mapeavam nesta área, em 1558, uma aldeia tamoia Kariané. Porém, as aldeias tamoias da região seriam mais tarde dizimadas pelos colonos. Uma figura importante neste processo foi Antônio de Salema. Jurista português de Alcácer do Sal, formado em Coimbra, Salema assumiu o governo da Capitania do Rio de Janeiro e Parte Sul do Brasil em 1575.
Durante os 3 anos em que esteve à frente do governo, Salema decidiu desenvolver seu próprio empreendimento na área. Seguindo os passos de seu antecessor no governo, o Provedor da Fazenda Real Cristóvão de Barros, pioneiro na criação do engenho de cana em Magé em 1573, Salema dispôs-se a criar um engenho no local.
Nesse período da colonização, a Coroa criava incentivos para desenvolver a produção açucareira no Brasil, dentre os mais atrativos estava a isenção de impostos por 10 anos.
Vendo grande potencial na localidade repleta de córregos, o engenho fora projetado para funcionar movido à água. Para tanto, o governador decide então atacar as aldeias presentes no Leblon, Lagoa e Ipanema.
O governador, que nutria grande aversão aos habitantes nativos, ordenou que fossem jogadas às margens da Lagoa roupas usadas por doentes de varíola. Assim, aldeias inteiras foram infectadas naquela que pode ser considerada a primeira guerra biológica nas Américas.
OS ENGENHOS
Salema mandou então erguer um engenho de cana, batizado D’El Rei, onde hoje está localizado o Jardim Botânico. Porém em 1584 o engenho foi vendido já que o negócio não foi bem sucedido.
Anos mais tarde, sob a posse do Vereador Diogo de Amorim Soares, o engenho passou a se chamar Engenho de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa. A partir de 1609 o engenho passou por importantes reformas sob a administração de seu novo dono, Sebastião Fagundes Varela, genro do antigo vereador.
Visando ampliar as instalações do engenho, Fagundes Varela adquiriu outras terras mais próximas à orla da zona sul do Rio de Janeiro. Tomadas dos índios tamoios, essas terras foram divididas entre algumas poucas famílias de origem portuguesa.
O vereador Antônio de Pacheco Calheiros era dono de terras que iam da Lagoa, passando pela antiga “costa brava” (atual Leblon), até o Vidigal. Já Afonso Fernandes recebeu carta de sesmaria da câmara com direitos sobre terras que iam do Pão de Açúcar até a Praia de João de Souza, hoje Botafogo. Essas terras compreendem hoje toda a extensão do Leme ao Leblon.
LAGOA RODRIGO DE FREITAS
Aos poucos, Sebastião Fagundes Varela foi adquirindo mais terras. Com tais expansões, Fagundes Varela passou a explorar as terras como pasto para sua criação de gado e delas também extraía madeira para seu engenho. Suas terras compreendiam toda a extensão do atual Humaitá seguindo até o Leblon.
Outra figura de destaque da família, foi sua bisneta, Dona Petronilha Fagundes, que herdou todas essas terras. Petronilha ficou famosa por ser uma solteirona de trinta anos. Um verdadeiro escândalo em um período em que as meninas se casavam ainda na adolescência! Apesar de bom partido devido a suas posses, somente em 1702 Petronilha se casa com o português oficial de cavalaria Rodrigo de Freitas de Carvalho, então com 16 anos! O casamento durou quinze anos, até o falecimento da herdeira.
Já o viúvo Rodrigo de Freitas retornou para Portugal, onde faleceu em 1748 em sua quinta em Suariba. Suas terras no Rio de Janeiro acabaram por ganhar seu nome. Até hoje a Lagoa Rodrigo de Freitas, que também fazia parte da imensa propriedade, carrega seu nome. Eternizado em um dos pontos mais famosos da cidade, seu maior feito foi ter se casado com uma mulher rica!
Após a morte do viúvo, as terras acabaram sendo divididas e vendidas a outras famílias. A área acabou por ficar abandonada até o começo do século XIX. É importante notar que nesse período não havia nenhuma construção residencial próxima à praia, já que ainda em 1645 o então governador Duarte Corrêa Vasqueanes proibiu que pescadores construíssem suas casas na orla por medo de possíveis invasões holandesas no Rio de Janeiro.
Fábrica de Pólvora
Com a chegada da família real portuguesa, importantes mudanças aconteceram. Em decreto de 13 de junho de 1808 o Príncipe Regente Dom João manda criar um fábrica de pólvora, desapropriando as instalações do antigo engenho. Já nas terras ao redor fora criado o Real Horto Botânico, que mais tarde daria origem ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
As mudanças não foram bem recebidas e em 1809, quando foi visitar essas terras, Dom João foi alvo de protesto. O feitor do engenho e alguns escravos abaixaram as calças durante a passagem do príncipe regente! Como punição, os escravos foram presos, enquanto o feitor e os proprietários das terras perderam todas as mercês e benesses que tinham!
Sendo assim, a bisneta de Rodrigo de Freitas, Dona Maria Eleonor de Freitas Mello e Castro, perdeu o direito às terras por sentença em 1810, recebendo indenização apenas em 1826. As terras foram incorporadas à propriedade nacional. Já as terras da orla que não interessavam aos propósitos do Jardim Botânico foram repassadas.
CHARLES LEBLON
Nas primeiras décadas de 1800, toda a orla da zona sul era conhecida com Fazenda de Copacabana, passando por diferentes donos. Em 1845, o empresário francês Charles Leblon comprou as terras e criou sua fazenda no final da praia. A fazenda ficaria conhecida como O Campo do Leblon. Nela o francês fundou também sua empresa de pesca de baleias chamada Aliança.
Nesse período, essa atividade era bastante lucrativa na cidade do Rio de Janeiro, pois as baleias do tipo cachalote eram comumente vistas na orla e a demanda pelo seu óleo era muito grande. O óleo de baleia era usado como uma espécie de concreto na construção civil, que vivia um verdadeiro boom com os estímulos para crescimento no Segundo Império.
O óleo também era usado como combustível para a iluminação da cidade. Desde 1841, passou a haver grande demanda pelo produto com os projetos de Dom Pedro II para expandir a iluminação pública das ruas do Rio com lampiões à base de óleo. É devido a esse período também que outro ponto famoso da cidade ganha seu nome! As pedras da praia eram chamadas de Arpoador pois era do alto delas que se pescavam baleias!
FIM DA PESCA DE BALEIAS
Mais tarde, em 1851, a cidade do Rio de Janeiro deu início às obras para mudar o sistema de iluminação, passando a utilizar gás. Sob o comando de Irineu Evangelista de Souza, o famoso empreendedor mais conhecido como Visconde de Mauá, os primeiros postes foram instalados na Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março. Em 25 de março de 1854 o serviço foi inaugurado na cidade, levando a iluminação a gás para outros bairros além do Centro.
Como consequência, a pesca de baleias na orla do Rio deixou de ser um negócio tão lucrativo, levando Charles Leblon a vender suas terras em 1857. Sob o comando do empresário Francisco José Fialho, as extensões da propriedade iam da atual rua Barão de Ipanema, em Copacabana, até o topo do morro Dois Irmãos.
No entanto, em 1878, Fialho resolve vender essas terras, dividindo-as em dois lotes. O lote um é o que hoje conhecemos como o bairro do Leblon e na época fora dividido em três grandes chácaras. Uma delas foi vendida ao português José de Guimarães Seixas, que mais tarde viria a ser uma figura de destaque na região, acolhendo escravos fugidos em suas terras.
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